MARIA THEREZA SILVEIRA DE BARROS
CAMARGO , PRIMEIRA PRFEEITA DO ESTADO DE SÃO PAULO E A TERCEIRA DO BRASIL, FOI
PREFEITA DA CIDADE DE LIMEIRA, NO PERÍODO DE 09 DE SETEMBRO DE 1934 A 17 DE
DEZEMBRO DR 1934, NASCIDA EM PIRACICABA-SP, NO DIA 12 DE NOVEMBRO DE 1894
Uma das primeiras deputadas eleitas para o Legislativo
Paulista e a primeira mulher a assumir uma prefeitura no Estado de São Paulo,
Maria Thereza Silveira de Barros Camargo, conhecida por D. Therezinha, nasceu
em 1894, em Piracicaba, São Paulo, e teve uma trajetória pioneira na vida
pública
Oriunda de uma família de tradição política, Maria Thereza
era neta do presidente Prudente de Morais, primeiro presidente civil eleito por
voto direto. Seu mandato como deputada estadual não foi sua primeira
experiência política. Após tornarse viúva do empresário limeirense Trajano de
Barros Camargo, que morreu jovem, aos 40 anos de idade no ano de 1930, Maria
Thereza assumiu todos os negócios do marido, incluindo empresas em Santos e
Limeira e uma fazenda em Brotas.
Com o auxílio do seu filho mais velho, Nelson de Barros
Camargo, de apenas quinze anos, assumiu a direção da Indústria Machina São
Paulo que, em 1931, constituiu sua gráfica própria, com equipamentos de um
pequeno órgão de imprensa desativado, tornando-se uma das mais modernas e
completas gráficas de todo o Brasil, na época. A Machina imprimia material de
uso próprio, catálogos publicitários, boletins e outros. Merece destaque que,
em 1932, Maria Thereza imprimiu os boletins da revolução constitucionalista,
que eram vendidos em Limeira e região, colaborando com os soldados
revolucionários, com impressão tipográfica em várias cores, e em policromia.
À frente da Machina São Paulo, D. Therezinha participa ainda
do esforço bélico da revolução, produzindo corpos de granadas de mão. Soma-se a
isso o fato de haver prestado grandes serviços ao Curso de Enfermagem, ao
Hospital do Sangue de Limeira e à Assistência às Famílias dos Voluntários,
contribuindo com a campanha de fornecimento de roupas aos soldados que estavam
no front
Foi neste mesmo município que concentrou suas atividades
políticas e sociais, mesmo antes de exercer cargos públicos, tendo fundado,
inclusive, a Associação Cívica Feminina de Limeira.
Outra realização de D. Therezinha foi a Escola Profissional
Trajano Camargo, criada pelo governo do Estado em 1933, de acordo com seu
pedido. A Machina São Paulo doou as primeiras máquinas para iniciar o
funcionamento da escola.
Em reconhecimento à prestação destes serviços ao município e ao
Estado, Armando de Salles, então interventor federal em São Paulo e futuro
governador, nomeu Maria Thereza prefeita de Limeira por alguns meses em 1934,
tornando-a a primeira mulher a assumir uma prefeitura no Estado de São Paulo, e
uma das três ou quatro primeiras no Brasil inteiro
Segundo a Câmara Municipal de Limeira, em seu governo, Maria
Thereza calçou as ruas do centro de Limeira, então de terra, com o próprio
dinheiro, uma vez que a prefeitura não tinha verba suficiente
Em 1935, deixou a prefeitura ao ser eleita deputada estadual
em São Paulo pelo Partido Constitucionalista, somando 223.091 votos, no total.
Foi uma das duas únicas mulheres eleitas na ocasião, juntamente com Maria
Thereza Nogueira de Azevedo
Professora de formação, defendeu prioritariamente a Educação
durante seu mandato legislativo. Assumiu a cadeira até 1937, quando a
Assembleia Legislativa foi fechada e os partidos políticos extintos, em
decorrência do Estado Novo.
Após o fim deste regime político, em 1945, segundo depoimento
de sua neta Thereza Christina Rocque da Motta, D. Therezinha não se candidatou
mais, porém permaneceu ativa na área pública, trabalhando sempre nos
bastidores,
acompanhando a vida política e cultural brasileira. Filiou-se
ao PSD, junto com Ulysses Guimarães e, quando o partido se associou ao PTB, em
1948, ela apoiou Getúlio Vargas - que havia cassado seu mandato parlamentar em
1937 - durante sua campanha política pelo interior do Brasil para eleição à
Presidência da República.
Faleceu em 29 de julho de 1975, em São Paulo, onde foi
residir definitivamente após 1960, aos 81 anos de idade.
FONTE – AL DE SÃO PAULO
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